A Seborreia em cães é uma síndrome caracterizada por um transtorno nas glândulas sebáceas dos cães, podendo haver uma descamação excessiva que provoca maior volume de oleosidade na pele do animal. A cada 21 dias, os cães sofrem um processo natural de substituir as células mortas por outras novas, que chamamos de epidermopoiese, as seborreias surgem quando temos um distúrbio neste processo de renovação celular. Além disso, é possível notar ressecamento ou excesso de oleosidade da pele, queda dos pelos, falta de brilho e opacidade na pelagem. Os animais podem ainda apresentar coceira e as famosas caspas.
A doença se classifica em duas categorias, primária ou secundária. No primeiro caso, não há cura. Porém, o uso de produtos com bases de alcatrão e enxofre (SEBOLYTIC) ajudam a manter a doença sob controle e garantem conforto ao cão. Já a secundária, que normalmente acontece porque o sebo produzido em excesso serve de substrato para as bactérias e fungos, deve ser tratada com xampus à base de clorexidine ou peróxido de benzoíla, indicados pelo médico-veterinário, como HEXADENE ou PEROXYDEX, já que podemos ter a associação de fungos e bactérias na patologia. O tratamento da doença é longo, com banhos semanais e precisa de comprometimento dos tutores para que haja melhora do quadro.
Nos casos em que a doença é secundária, é preciso que haja uma investigação da causa, pois ela pode indicar um problema mais sério. A seborreia secundária pode ser provocada por alergias, fungos, problemas endócrinos, dietas pobres em nutrientes, transtornos metabólicos, doenças pancreáticas, parasitas, doenças autoimunes e até mesmo por câncer de pele.
Algumas raças como Cocker Inglês, Teckel, Beagle, Labrador Retriever, Pastor Alemão, Pinscher e Spaniel apresentam maior predisposição a desenvolver seborreia e, portanto, devem receber maior atenção dos tutores.
Antigamente, a descamação excessiva sem envolvimento das glândulas sebáceas era conhecida como seborreia seca, porém, hoje, esse quadro é classificado apenas como síndrome de disqueratinização (já que seborreia pressupõe a presença de sebo). A síndrome de disqueratinização é quando o animal apresenta a pele ressecada e com descamação (caspa seca), e neste caso associamos banhos hidratantes semanais com base de ureia, para ação umectante, como xampu SEBOCALM e hidratação com HUMILAC.
Há, ainda, o tipo misto, no qual o animal apresenta uma combinação das anteriores, ou seja, um excesso de oleosidade com descamação. Esse cão normalmente apresenta crostas como principal sinal.
Os exames geralmente realizados são estudos específicos da pele, exame físico, raspagens da pele para identificar parasitas, cultivos de fungos, análise de sangue e exame de fezes. Por isso, a avaliação do seu pet pelo médico veterinário na consulta dermatológica é de extrema importância na questão de diagnóstico e terapia efetiva para a doença, para o bem-estar do cão.