As otites representam entre 8 e 15% dos casos atendidos em clínicas veterinárias do Brasil, afetando cães e gatos de todas as raças e, se não for tratada corretamente, torna-se reincidente. As raças de cães mais acometidas são as que possuem orelhas longas devido a falta de ventilação e a umidade elevada na região, como Cocker Spaniel, Cocker Americano, Basset Hound, Golden Retriever e Labradores. Ela pode ocorrer em um ou nos dois ouvidos.
A otite é uma inflamação de todo o tecido que compõe o conduto auditivo, podendo estar associada a alguma infecção. Causada por fungos, bactérias, alergias, ou até corpos estranhos, a otite é bastante desconfortável e, infelizmente, acontece de maneira frequente em cães e gatos, que podem sofrer com a doença em algum momento da vida. A otite é uma condição mais comum em cães do que em gatos, isso porque a anatomia das orelhas dos felinos é menos favorável às infecções.
A orelha tem função auditiva e também de equilíbrio. Por isso, é fundamental que os tutores identifiquem rapidamente problemas nessa região, e assim, evitem complicações a longo prazo. Vale ressaltar que se a otite for tratada a tempo, afetando apenas a área externa do ouvido (otite externa), o prognóstico será favorável. No entanto, se a doença tiver atingido o ouvido médio ou o interno, o prognóstico poderá ser reservado, com possibilidade de perda da capacidade auditiva, caso não haja intervenção veterinária.
O problema pode ser facilmente percebido pelo dono do animal quando o pet passa a apresentar cheiro forte na região do ouvido, bem como o clássico movimento de chacoalhar a cabeça insistentemente. Os principais sintomas da otite em cães e gatos, são: mau cheiro nas orelhas, inchaço na região, coceira intensa e constante, vermelhidão, balanço da cabeça com frequência, cabeça pendulada para algum dos lados, apresentação de secreção no canal auditivo, perda de pelo nas orelhas ou ao redor, perda de equilíbrio, caminhadas em círculos e depressão ou irritabilidade.
As otites podem ser classificadas pela região do ouvido que é acometida ou pelo tipo de microorganismo que causa a infecção.
A otite externa é o tipo mais comum de infecção e ocorre no tecido que cobre o conduto auditivo do animal antes de chegar no tímpano. É a forma mais branda da infecção e na maioria das vezes, a mais fácil de tratar.
A otite média ocorre quando a lesão ocorre na região localizada após o tímpano, que costuma ser mais dolorosa e pode causar liberação de secreções ou acúmulo de líquidos nos ouvidos. Em alguns casos, ela pode provocar alterações neurológicas como a inclinação da cabeça, por exemplo. Isso porque nesse caso, provavelmente já houve comprometimento da parte que mantém o equilíbrio.
A otite interna é a mais grave, por atingir a região das principais estruturas responsáveis pela audição e equilíbrio do corpo. A otite interna atinge a parte mais profunda do ouvido. Neste caso, a infecção já acomete a parte óssea do crânio e, também pode causar alterações neurológicas. Por estar perto do encéfalo, pode causar encefalite e prejudicar muito a qualidade de vida do animal.
Em relação aos microorganismos que podem se multiplicar em casos de otites, podemos classificá-las como de origem bacteriana ou de origem fúngica, e em alguns casos, mistas.
O diagnóstico deve ser feito sempre por um Médico Veterinário. Além do exame clínico e da otoscopia, o veterinário também poderá coletar a secreção para análise em laboratório. Desse modo, é possível identificar qual é o causador da doença. Quando necessário, o veterinário também solicita outros exames complementares, como os de imagem e em alguns casos a audiometria.
O tratamento dependerá do tipo de otite que for diagnosticada, mas em geral utiliza-se produtos de uso tópico. Normalmente, os veterinários recomendam uma limpeza prévia ao tratamento, que dura cerca de três a sete dias, com limpadores auriculares adequados e em seguida recomendam o tratamento com medicamentos específicos. O sucesso do tratamento depende, é claro, da correta identificação do agente causador, da escolha adequada das medicações e do protocolo de tratamento. Vale ressaltar que o proprietário precisará seguir de forma correta as orientações dadas pelo veterinário para obter sucesso na recuperação do animal.
A Virbac é um laboratório francês, referência e líder em tratamentos dermatológicos e traz soluções práticas e eficazes para o tratamento de otites. O Phisio Antiodor® é um limpador auricular de pH fisiológico e é uma solução que garante uma perfeita tolerância para a limpeza e neutralização de odores desagradáveis das orelhas de cães e gatos. O pH idêntico ao da pele do animal permite sua utilização frequente e é compatível com os antibióticos e antifúngicos presentes nas medicações tópicas. Não possui agentes detergentes, corantes, aditivos e perfumes. Vale ressaltar que é importante evitar a introdução de instrumentos ou cotonetes em ouvidos doentes, uma vez que a ação ceruminolítica do produto já é suficiente para a remoção do excesso de secreções e sujidades.
Para tratamento, a Virbac conta com o Easotic®. Easotic® é uma combinação de três ingredientes ativos: aceponato de hidrocortisona, gentamicina e miconazol, respectivamente um anti-inflamatório, um antibiótico e um antifúngico. Este produto permite um tratamento eficaz com apenas 5 dias de aplicação, onde cada uma delas possui uma dosificação específica de 1 ml, que confere uma dosagem adequada à diferentes raças e porte. Possui também uma cânula atraumática flexível que permite uma redução do potencial de dor durante a administração e aplicação adequada do produto independentemente da posição do cão. Logo, sua principal vantagem se dá pela praticidade e facilidade de uso com a administração da dose correta, garantindo que o tutor complete o tratamento e que a resposta do mesmo seja eficaz.
Natasha Bortolini Mesquita – Médica Veterinária e Promotora Virbac Pet