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EUA 2015: Junho termina com chuvas históricas no Meio-Oeste e incertezas sobre área de plantio

Depois de maio ter sido o mês mais chuvoso em 121 anos nos Estados Unidos, junho não ficou para trás e também registrou acumulados de chuva recordes para o período. E as chuvas continuam chegando ao país e devem permanecer, pelo menos, durante a primeira quinzena de julho. Com esse cenário, alguns estavam até mesmo comparando o atual momento com uma grande cheia registrada em 1993, ano em que os prejuízos foram estimados em US$ 15 bilhões.

Segundo informações do NOAA – departamento oficial de clima do governo norte-americano – e apuradas pelo site internacional AGWeb, nos últimos 30 dias, os estados do Meio-Oeste dos EUA receberam de 203,2 a 508 mm de chuvas, muito mais do que a média para esse ano, de acordo com meteorologistas. Desde o início do ano, até o último dia 2, os acumulados já chegam a variar entre 635 e 1,016 mm, como mostram as imagens abaixo.

Condições como estas já impactam a produção agrícola do país, e a atenção dos produtores (inclusive brasileiros) está agora sobre a concretização da área de plantio da safra 2015/16, bem como o impacto do atual comportamento climático sobre a produtividade de culturas como a soja e o milho. De acordo com especialistas, ainda não é possível mensurar quanto dessa área será perdida em ambos os cultivos, mas a expectativa já sinaliza uma redução ou, ao menos, não será ampliada. Afinal, apesar de mais contidas, as precipitações ainda estão presentes nas últimas previsões.

“Para os EUA, há chuvas para todas as regiões da metade leste do país. Frentes frias estão provocando chuvas regulares nessas áreas e já é possível fala que todas as regiões produtoras terão chuvas em localidades alternadas, o que vai manter o solo bastante úmido. E mesmo nos dias em que não houver chuvas, o tempo ficará nublado e esse tempo impossibilita uma secagem dessas áreas alagadas, devido à uma baixa taxa de evapotranspiração, o que pode resultar em uma baixa do potencial produtivo”, explica Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia.

E mesmo que haja uma melhora significativa das condições climáticas no Corn Belt na segunda quinzena de julho, as quebras que já foram registradas, ainda segundo Santos, são irreversíveis, principalmente em função da estreita janela para os trabalhos de campo com a qual contam os produtores americanos.

O último relatório de área de plantio para os EUA foi divulgado na última terça-feira (30) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e os números para soja e milho vieram abaixo das expectativas médias do mercado.

A área de soja foi estimada em 34,44 milhões de hectares, 2% maior do que o registrado em 2014, porém, abaixo das expectativas do mercado, que tinha média de 34,533 milhões. Caso essa área se concretize, será recorde no caso da oleaginosa.

Para o milho, o USDA estimou a área para 2015 e, 35,89 milhões de hectares, 2% menor do que a do ano passado e bem abaixo do que os 36,072 milhões de hectares projetados pelo mercado. Esta área, ao se concretizar, seria a menor desde 2010 nos Estados Unidos.

E por conta dessas incertezas sobre o comportamento do clima e da consolidação da área, O USDA divulgou, também na terça-feira, uma nota oficial informando que a pesquisa terá que ser refeita em estados como Kansas, Arkansas e Missouri, os quais, combinados, correspondem a 15% da área de plantio dos EUA.